quinta-feira, 7 de abril de 2011

Seminário Especial - 15 de abril e 09 de maio de 2011


O Seminário Especial ESCRILEITURAS: UM MODO DE LER-ESCREVER EM MEIO À VIDA (15h-a, 01 crédito) vincula-se ao Programa Observatório da Educação CAPES-INEP e é organizado pelo Grupo de Pesquisa DIF – artistagens, fabulações, variações, cadastrado no Diretório de Pesquisa do CNPq, e pelo BOP – Bando de Orientação e Pesquisa; juntamente com a Linha de Pesquisa 09 Filosofias da diferença e educação, integrante do PPGEDU/UFRGS; e articulado à Pesquisa de Produtividade do CNPq, intitulada Dramatização do infantil na comédia intelectual do currículo: método Valéry-Deleuze, desenvolvida pela professora Sandra Mara Corazza.

O Seminário acontecerá, presencialmente, em dois espaços: na sala 703, 7º andar da Faculdade de Educação da UFRGS, Campus Central, Avenida Paulo Gama 110, Prédio 12201, Bairro Farroupilha; e na Palavraria Livraria e Café, Rua Vasco das Gama 165; nos dias 15 de abril e 09 de maio de 2011, respectivamente: das 16h às 18h; das 19h às 21h; e das 14h às 18h; com uma carga horária equivalente a 10 horas-aula. As outras 05h-a serão a distância e utilizadas para, primeiramente, o estudo prévio da Bibliografia recomendada aos participantes; e, em segundo lugar, para a escrileitura de um texto, decorrente dos encontros presenciais; a qual contará com orientação,  acompanhamento e avaliação da  Coordenadora deste Seminário.


Os participantes não vinculados ao PPGEDU, ou a outro Programa de Pós-Graduação da UFRGS, que quiserem participar como alunos PEC, poderão matricular-se no Seminário Especial. Os interessados e o público em geral terão entrada franca, podendo receber um certificado de 15 horas-aula (equivalendo a 01 crédito para alunos regulares e PEC), emitido pelo PPGEDU, por sua efetiva presença, participação e produção.

Súmula/ementa: O Seminário Especial ESCRILEITURAS: UM MODO DE LER-ESCREVER EM MEIO À VIDA encontra-se articulado às Oficinas de Transcriação, desenvolvidas pelo Projeto do mesmo nome, na FACED/UFRGS, e integrante do OBSERVATÓRIO DA EDUCAÇÃO CAPES/INEP (Edital 038/2010). Tratado pela via de uma Didática-Artista, o Seminário é desenvolvido por 4 professores convidados, externos à UFRGS, durante três turnos presenciais (10h-a), comportando: (a) uma Palestra (dia 15/04, das 16h às 18h); um Sarau Lítero-Musical, com lançamento de livro e sessão de autógrafos (15/04, das 19h às 21h); além de um Painel (09/05, das 14h às 18h); acrescidos de um turno (05h-a) a distância para produção individual dos participantes. Cada encontro será seguido de debates acerca do babelismo de diferença e abertura, relacional e dialógico, passagens e transposições, pluralidade e multiplicidade de línguas, influências e textos de literatura, filosofia e educação. Estabelecendo afinidades com o processo de pesquisa e de produção intelectual de cada convidado, o Seminário mostra a sua pluralidade, no que tange a vertentes, dicções, estilos, gostos e modos de escrever e de ler. Subsidiado por textos e livros de filosofia, educação, literatura e intra-disciplinares (vide Bibliografia recomendada abaixo), trabalha unidades temáticas, por meio de uma didática translingüística, transliterária, transcultural, transacadêmica e transpensamental, que nasce e vive em diversas obras de diferentes línguas. Operando com uma Didática-Artista da Tradução, o Seminário percorre, no mínimo, um duplo sentido de transcursos e circuitos de transferências, quais sejam: o Pensamento da Diferença Pura, no atinente à criação e ao pensar; as teorias da tradução literária no Brasil, que lidam com a idéia de tradução como um processo criador, especialmente do lado de Augusto e Haroldo de Campos, e que são tributárias de Paul Valéry, Edgar Allan Poe, Walter Benjamin, T. S. Elliot, Jorge Luis Borges, Lezama Lima, Octavio Paz, Roman Jakobson, Charles Sander Peirce, Max Bense, Ezra Pound, dentre outros.

Objetivos: (1) Extrair acontecimentos das coisas, dos corpos, dos estados de coisas, dos seres: inventando personagens e estabelecendo ligações entre eles e os acontecimentos. (2) Rejeitar as modelizações confinantes, que negam o novo e requerem, apenas, regularidades, médias e métricas: priorizando a poética, o processual e a reversibilidade. (3) Localizar as Dobras do Mundo, entre as Dobras do Espírito e da Matéria: acedendo, assim, aos Planos de Imanência, de Composição e de Referência. (4) Capturar e liberar as forças inéditas e vitais, que agem sob as formas: trabalhando as potências que estas carregam e carreiam. (5) Substituir a relação Forma-Matéria pela relação Força-Material: associando obras, autores, criadores e tradutores, em devires de mutação das culturas. (6) Favorecer culturas do dissenso: reinventando novas formas, significações, posições de indivíduos e de grupos.


Programa (conteúdo):  A Didáticartista da Tradução percorre este Seminário Especial, como um dispositivo que o desencadeia ou uma prática que o desdobra, defendendo que a vida deve ser traduzida, como processo de criação. Por isso, os professores colaboradores traduzem Perceptos, Afectos, Funções e Conceitos, que são lidos, ouvidos, aprendidos com outros, ou com problemas e questões que se agitam à sua volta ou em nosso entorno; vertem-os das línguas em que foram criados, pela Filosofia, pela Arte e pela Ciência; e os expressam no meio, na cultura e na Língua Menor das Oficinas de Transcriação do Programa Observatório da Educação FACED/UFRGS.
A Programação Geral (presencial) do Seminário Especial “Escrileituras: um modo de ler-escrever em meio à vida”  fica assim configurada:

DIA 15 ABRIL 2011, 6ª FEIRA
(1) 16h às 18h, SALA 508, FACED/UFRGS
PALESTRA: “APRESENTAÇÃO DO PROCEDIMENTO
Prof. GABRIEL SAUSEN FEIL (UNIPAMPA)
(2) 19h às 21h, PALAVRARIA LIVRARIA E CAFÉ:
SARAU LÍTERO-MUSICAL E LANÇAMENTO DO LIVRO DE GABRIEL SAUSEN FEIL: PROCEDIMENTO ERÓTICO, NA FORMAÇÃO, ENSINO, CURRÍCULO. JUNDIAÍ, SP: PACO EDITORIAL, 2011.

DIA 09 DE MAIO 2011, 2ª FEIRA
(3) 14 h às 18h, FACED/UFRGS
PAINEL: “OFICINAS DE TRANSCRIAÇÃO
Profª CARLA GONÇALVES RODRIGUES (UFPEL)
Profª ESTER MARIA DREHER HEUSER (UNIOESTE)

Prof. SILAS BORGES MONTEIRO (UFMT)

Método de trabalho (principais atividades): Exposições, discussões, indicações bibliográficas, produções de escrileitura.  

Procedimentos e/ou critérios de avaliação: Os critérios de avaliação do Seminário Especial são: o vital, o interessante e o notável. Diante de manifestações orais e produções escritas dos participantes, indagar e responder: – Tornam interessantes e notáveis idéias passadas, vivificando outros devires, em cenários contemporâneos, mesmo ao preço de voltá-las contra si mesmas? Há, nelas, liberação das forças vitais dos participantes, onde quer que estejam represadas? Levam essas forças a reencontrarem a sua virtualidade, via a desestratificação das camadas sedimentadas de saber, poder e subjetividade?


Bibliografia

PRINCIPAL
FEIL, Gabriel Sausen. Procedimento erótico, na formação, ensino, currículo. Jundiaí, SP: Paco Editorial, 2011.
HEUSER, Ester Maria Dreher. Pensar em Deleuze: violência e empirismo no ensino de filosofia. Ijuí:UNIJUÍ, 2010.
MONTEIRO, SILAS Borges. “Otobiografia como escuta das vivências presentes nos escritos”. Educação e Pesquisa (USP), v. 33, p. 471-484, 2007.
RODRIGUES, Carla Gonçalves. “Currículo movente constituindo forma na ação docente”. In: Foucault, Deleuze & Educação. Clareto, Sônia Maria; Ferrrari, Anderson (orgs.). Juiz de Fora, MG: Ed. UFJF, 2010, p.91-104.

COMPLEMENTAR
BARTHES, Roland. O prazer do texto. (Trad. J. Guinsburg.) São Paulo: Perspectiva, 2006.
_____. A preparação do romance I: da vida à obra. Notas de cursos e seminários no Collège de France, 1978-1979. (Trad. Leyla Perrone-Moisés.) São Paulo: Martins Fontes, 2005.
_____. A preparação do romance II: a obra como vontade. Notas de curso no Collège de France 1979-1980. (Trad. Leyla Perrone-Moisés.) São Paulo: Martins Fontes, 2005.
BENJAMIN, Walter. “A tarefa do tradutor” (Die Aufgabe des Übersetzers, Gesammelte Schriften, IV.1, p. 9 -21). (Trad. Maria Filomena Molder.) Texto digitalizado, 13 p. Consulta jan./2011. (In http://www.c-e-m.org/wp-content/uploads/a-tarefa-do-tradutor.pdf).
BERGSON, Henri. O pensamento e o movente. (Trad. Bento Prado Neto.) São Paulo: Martins Fontes, 2006.
BUYDENS, Mireille. Sahara: l’esthétique de Gilles Deleuze. Paris: J. Vrin, 1990.
BURCHILL, Louise. “Deleuze comme ‘traductologue’? Ou les temps de traduire”. Association Multitudes, 2007/2, n.29, p.187-197.
CAMPOS, Augusto de. Verso, reverso, controverso. São Paulo: Perspectiva, 1978.
_____. O anticrítico. São Paulo: Companhia das Letras, 1986.
CAMPOS, Haroldo de. A arte no horizonte do provável. São Paulo: Perspectiva, 1972.
_____. A operação do texto. São Paulo: Perspectiva, 1976.
_____. “Octavio Paz e a poética da tradução” In Folhetim, Folha de São Paulo, 09 janeiro 1987.
_____. Metalinguagem & outras metas. São Paulo: Perspectiva, 1992.
_____. Depoimentos de oficina. São Paulo: Unimarco, 2002.
_____. Éden: um tríptico bíblico. São Paulo: Perspectiva, 2004.
_____. Deus e o Diabo no Fausto de Goethe. São Paulo: Perspectiva, 2008.
CORAZZA, Sandra Mara (Org.). Fantasias de escritura: filosofia, educação, literatura. Porto Alegre: Sulina, 2010.
DELEUZE, Gilles. Diferença e repetição. (Trad. Luiz Orlandi e Roberto Machado.) Rio de Janeiro: Graal, 1988.
_____. Foucault. Paris: Minuit, 1991.                                                             
_____. Crítica e clínica. (Trad. Peter Pál Pelbart.) São Paulo: Ed. 34, 1997.
_____. Diálogos. (Trad. Eloisa Araújo Ribeiro.) São Paulo: Escuta, 1998a.
_____. Lógica do sentido. (Trad. Luis Roberto Salinas Fortes.) São Paulo: Perspectiva, 1998b.
_____. Bergsonismo. (Trad. Luiz B.L.Orlandi.) São Paulo: Ed. 34, 1999.
_____. “Qu’est-ce que l’acte de création”? In _____. Deux regimes de fous. Textes et entrétiens 1975-1995. Paris: Minuit, 2003, p.291-302.
_____. Sacher-Masoch: o frio e o cruel. (Trad. Jorge Bastos.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Kafka: por uma literatura menor. (Trad. Júlio Castañon Guimarães.) Rio de Janeiro: Imago, 1977.
_____. O que é a filosofia? (Trad. Bento Prado Jr. e Alberto Alonso Muñoz.). Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992.
DERRIDA, Jacques. A farmácia de Platão. (Trad. Rogério Costa.) São Paulo: Iluminuras, 1997.
GUATTARI, Félix. Caosmose: um novo paradigma estético. (Trad. Ana Lúcia de Oliveira e Lúcia Cláudia Leão.) Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992.
HURTADO ALBIR, Amparo. Traducción y traductología: introducción a la traductología. Madri: Cátedra, 2001.
JAKOBSON, Roman. Lingüística e comunicação. (Trad. Izidoro Blikstein e José Paulo Paes. ) São Paulo: Cultrix, 2001.
LARANJEIRA, Mário. Poética da tradução: do sentido à significância. São Paulo: EDUSP, 1993.
MESCHONNIC, Henri. Poética do traduzir. (Trad. Jerusa Pires Ferreira.) São Paulo: Perspectiva, 2010.
MILTON, John. Tradução: teoria e prática. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
MOTTA, Leda Tenório da (Org.). Céu acima: para um “tombeau” de Haroldo de Campos. São Paulo: Perspectiva, 2005.
PAZ, Octavio. Traducción: literatura y literalidad. Barcelona: Tusquets, 1981.
POUND, Ezra. ABC da literatura. (Trad. Augusto de Campos e José Paulo Paes.)
São Paulo: Cultrix, 2006.
RÓNAI, Paulo. Escola de tradutores. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, INL, 1987.
SAUVAGNARGUES, Anne. Deleuze et l’art. Paris: PUF, 2005.
VALÉRY, Paul. Varieté V. Paris: Gallimard, 1945.
_____. Traduction en vers des Bucoliques de Virgile. Paris: Gallimard, 1956.
_____. “Esboço de uma serpente” In CAMPOS, Augusto de. Paul Valéry: a serpente e o pensar. (Trad. Augusto de Campos.) São Paulo: Brasiliense, 1984, p.27-57. ___. Variedades. (Trad. João Alexandre Barbosa.) São Paulo: Iluminuras, 1991.
___. A alma e a dança e outros diálogos. (Trad. Marcelo Coelho.) Rio de Janeiro: Imago, 1996.
___. Monsieur Teste. (Trad. Cristina Murachco.) São Paulo: Ática, 1997.
___. Introdução ao método de Leonardo da Vinci. (Trad. Geraldo Gérson de Souza.) São Paulo: Ed. 34, 1998.
___. Degas, dança, desenho. (Trad. Christina Murachco e Célia Euvaldo.) São Paulo: Cosak & Naify, 2003.
___. Alfabeto. (Trad. Tomaz Tadeu.) Belo Horizonte: Autêntica, 2009.
VEGA, Miguel Angel (Ed.). Textos clásicos de teoría de la traducción. Madri: Cátedra, 1994.
WANDERLEY, Jorge. 22 ingleses modernos: uma antologia poética. São Paulo: Civilização Brasileira, 1993.
WILLEMART, Philippe. Os processos de criação na escritura, na arte e na psicanálise. São Paulo: Perspectiva, 2009.  

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Lançamento do Livro: "Procedimento erótico, na formação, ensino, currículo" de Gabriel Sausen Feil

Lançamento 15 de abril de 2011, 

Contracapa, por Sandra Mara Corazza

Este livro não se resigna à mentira da insignificância. Para pensar, com vigor, GABRIEL SAUSEN FEIL, seu herói moral, considera não somente Sade, mas a literatura libertina, tomando-a na evidência de seus procedimentos educativos.
Produz, assim, uma tese universitária, nas fronteiras da Educação, da Filosofia e da Literatura, sem pregação e com intensidade. Dotado de substância móvel, faz-se de teólogo negativo. Mártir do escândalo absoluto, torna-se filósofo perverso. Masoquista mascarado, surge como cristão mal disfarçado. Revolucionário fervoroso, com humor, posa de um Kant às avessas. Explorador de abismos; estruturalista selvagem; surrealista combativo; especialista do sem-sentido, doutora-se no non sense.
Seu texto – vivo e elegante; obstinado e inventivo; inconstante e tenaz; vibrante e fosforescente; veloz e sofisticado – foge e volta, enquanto os medrosos e os manequins pomposos tentam, inutilmente, contê-lo.
Encantador como o vício, este livro de Gabriel pode ser considerado uma das Flores do Mal. Felizmente, para nós, leitores, uma flor entregue aos mais finos e artísticos gostos; em vez de ao mau-gosto alastrado na Formação, no Ensino e no Currículo.